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Dicas para iniciantes
Dicas para iniciantes

 

Um dos principais erros do empreendedor iniciante é minimizar a importância do planejamento. Muitos acham que basta ter dinheiro e sorte. Mas, de acordo com o gerente de atendimento do sistema Sebrae, Ênio Pinto, mais do que nunca é preciso que as pessoas se informem e se capacitem.

A taxa de mortalidade das pequenas empresas no Brasil ainda é alta: 22% fecham nos primeiros dois anos contra 15% de países mais desenvolvidos.

O Sebrae sempre foi uma referência no assunto, oferecendo cursos técnicos para a gestão do negócio e para estudos de viabilidade econômica-financeira. Além disso, Ênio explica que existem os cursos voltados para a atitude dos empreendedores:

“Nós sabemos que para você ter sucesso à frente de um pequeno empreendimento é importante que você domine, sim, técnicas de gestão, mas também é fundamental que você tenha uma atitude, uma conduta, um comportamento protagonista, de liderança, para que você venha a ter sucesso à frente deste empreendimento”.

Os cursos do Sebrae, segundo Ênio, têm cerca de 15 horas de duração e custam entre R$ 75 a R$ 90, dependendo da região. Os cursos à distância são gratuitos, mas contam com tutores e também oferecem certificados.

Ênio afirma ainda que uma outra vertente da preparação para a abertura do negócio é a afinidade do interessado com o assunto. Neste sentido, o Sebrae não costuma indicar qual é o negócio mais promissor do momento:

“Não cabe ao Sebrae dizer em que ramo você deve atuar. Eu não posso estar sinalizando: ´Abra padaria que isto é um bom negócio´. Amanhã você tem um mercado tomado de padarias e deixa de ser um bom negócio. Eu saturaria o mercado. O processo de seleção da atividade empresarial que você vai estar atuando, ele respeita outros critérios. O primeiro é se você tem vocação para atuar neste ramo. Segundo é se existe um mercado favorável e quando você fala de mercado, são três atores principalmente: se você tem clientes, que é a razão de existir de um negócio, interessados em adquirir um produto dentro dessa atividade empresarial que você pretende implementar; se você tem fornecedores, de quem comprar para poder estar atendendo estes seus clientes ali na região com condições de preço, prazo e qualidade de entrega que atendam aos seus critérios; e concorrência. Além de avaliar a questão financeira. Se você tem os recursos necessários para implementar um empreendimento num ramo que te interessa. Mas a definição se dá principalmente com a afinidade do candidato, do futuro empreendedor, com este ramo que ele vai atuar”.

Além do Sebrae, a editora-executiva da revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios, aponta outros caminhos para o microempreendedor iniciante:

“Hoje, a gente já percebe assim que tanto as escolas de nível médio como algumas universidades têm feito bastante parceria nessa área de empreendedorismo. Então, para quem está começando, buscar a consultoria junto às empresas-junior, que funcionam nas faculdades, é um excelente caminho. O custo é bem baixo, inferior a uma consultoria profissional, uma consultoria de mercado e os resultados são bastante positivos. Isso vale tanto para a constituição da empresa, quanto para a área de marketing, como para a publicidade. Outro caminho também é procurar instituições mesmo de ensino ou então instituições como endeavor, por exemplo, que também incentivam o empreendedorismo e também tem bons consultores disponíveis e o melhor de tudo, tem troca de informações entre empreendedores. Gente bem sucedida que se dispõe a contar a própria história, a própria experiência, para que os outros encurtem o caminho”.

Aberto o negócio, ainda é necessário cuidar das relações de trabalho dentro da empresa que podem ser completamente diferentes de uma grande firma. José Emídio Teixeira, sócio-diretor da consultoria Dialogar, cita alguns problemas que devem ser contornados:

“Quando há um conflito mal resolvido numa empresa pequena, isso pode contaminar todo o ambiente, todas as pessoas que se envolverem com aquele conflito, porque é tudo muito pessoal. E se a coisa não vai bem um erro de gestão pode contaminar todo o ambiente, gerando um clima comprometido por causa de uma questão que se refere exclusivamente a um dos colaboradores, a um dos funcionários. Tudo está muito visível para todos e as pessoas se sensibilizam muito com o que acontece com as outras.”

Mas José Emídio afirma que os pequenos empresários também podem tirar proveito de um ambiente de trabalho mais restrito, onde os valores que devem ser buscados são mais homogêneos devido à presença do proprietário:

“Como o número de pessoas é menor, ele tem a possibilidade de compreender melhor as expectativas das pessoas, compreender o repertório para o desempenho, as competências que têm essas pessoas. E tem a capacidade de distinguir melhor a pessoa do profissional, quer dizer, ele pode dar um tratamento mais personalizado a cada um dos colaboradores da empresa.”

Outra preocupação permanente após a abertura das portas, segundo José Dornelas, especialista em empreendedorismo, deve ser a inovação. Pesquisas recentes mostram que 88% dos pequenos empresários não pensam em inovação:

“A maioria ainda não vê a inovação como diferencial para o seu negócio. Isso, muitas vezes, é decorrência de um mercado interno pujante, de muitas oportunidades internas pra desenvolver um negócio e tem muito a ver também com a questão do empreendedor brasileiro não pensar na internacionalização. Ele não tem essa visão de abrangência além do país em termos de atuação. Só que isso é negativo porque da mesma forma que o Brasil está crescendo e está atraindo investimento externo, atrai também empreendedores de outros países, outros negócios estão entrando aqui e o empreendedor brasileiro tem que se preparar pra isso”.

Para Dornelas, o crédito cresceu, as oportunidades também e o empreendedor pode ter problemas justamente para se apoderar de todas as informações disponíveis:

“Talvez o que precisa ser feito agora é mostrar para o empreendedor brasileiro que isso está disponível e ele precisa utilizar dessas fontes de recursos. Uma coisa é dinheiro, a outra coisa é você fazer uma transferência, um contato mais próximo do empreendedor brasileiro com centros de pesquisa das universidades, onde há bastante conhecimento sendo gerado e às vezes esse conhecimento não é transferido para a iniciativa privada”.

Entre os motivos dados pelos pequenos empresários para fecharem seu negócio nos primeiros dois anos, destacam-se as falhas gerenciais como a escolha de um local inadequado, a falta de conhecimentos gerenciais e o desconhecimento do mercado; e a conjuntura econômica.

Fonte: Rádio Câmara, Sílvia Mugnatto.